filme de raio x

o uso de filme de raio-x em fotografia é uma boa alternativa de baixo custo; muito mais barato que filme comercial em folha ou papel fotográfico
o fato é que por ser artigo de primeira nessessidade, quase não tem impostos, comprarado ao material fotográfico tradicional importado; ainda pesa a cotação do dólar.

Embora já esteja em uso a radiografia digital faz tempo, entre nós de terceiro mundo o filme de raio x ainda vai ser usado por um bom tempo. Por vezes a radiografia em cidades maiores já é tomada no processo digital, mas depois impressa no filme fotográfico! nossa rede de saúde pública ainda não tem internet rápida disseminada, computadores robustos nas unidades, centros de armazenamento para imagens pesadas. A coisa se agrava quando pensamos na extensão do país e na grande quantidade de locais remotos… O raio x vai durar bastante ainda….

Comparativo feito em 12/2022 :

na última coluna à direita temos o preço por chapa 4×5″ considerando o centimetro quadrado,
desconsiderando o aproveitamento do corte *

aproveitamento de corte *

papel fotográfico no Brasil encontramos
13×18, 18×24, 24×30, 30x40cm, quando encontramos
ISO aproximado 8, tempo de processamento mediano, comparado.
Fácil uso no laboratório, mais dificil de velar na luz de segurança.

filme Fuji HR-U ( e no geral, Agfa, Kodak, IBF) sensíveis ao verde
13×18, 18×24, 20×25 (equivale a 8×10″), 24×30, 30×40, 35x43cm
além de 35×35, 15×30 e 30x90cm
ISO aproximado 200
emulsão dupla, dos dois lados, emulsão extremamente fina, não tem camada antihalo, processamento extremamente rápido (feito para máquina) , fixação ultra-rápida, quase não precisa lavagem. Risca muito fácil molhado, por causa da emulsão dos dois lados. Vela fácil por causa da sensibilidade, em lanterna ou lâmpada de segurança fora do padrão, precisa ser vbem filtrada na cor e distante, de intensidade baixa; exige laboratório ou caixa bem vedada.

filme de mamografia Fuji UM-MA sensíveis ao azul
18×24 e 24x30cm
ISO aproximado 50
emulsão simples, um lado só, mais espessa, tem camada anti-halo, processamento mais demorado na fixação e lavagem.

Para um bom aproveitamento a melhor opção é o 20x25cm, que rende 4 chapas 4×5 polegadas com a sobra de 1mm e pouco de refilado em cada lado.

Já o papel fotográfico e o filme de mamografia, no formato de 18x24cm tem muita perda para cortar 4×5″, sendo melhor usar em chassis 9x12cm, mais raros de encontrar.

A diferença entre o papel fotográfico, o filme HR-U e o UM-MA se dá na sensibilidade, facilidade de manipulação, na luz de segurança.

luz de segurança

A GUIDE TO DARKROOM ILLUMINATION (link para o manual em PDF)

na maioria dos laboratórios fotográficos no Brasil se usa o filtro vermelho 1A da Kodak ou equivalente, embora os dados técnicos da Kodak recomendem o OC ou âmbar, melhor para avaliar densidades e contrastes.

os papéis preto & branco em geral apresentam sensibilidade ISO entre 3 e 2

5 conforme o tipo de papel e revelador, sendo genericamentes usado ISO 8.

https://www.ilfordphoto.com/faqs/starting-pinhole-photography-faqs/?___store=ilford_brochure&___from_store=ilford_uk

os filmes de raio x são muito mais sensiveis, sendo os sensíveis ao verde, de emulsão dupla como o HR-U da Fuji, os nossos preferidos, são usados como ISO 100 a 200, nós adotamos ISO 200 revelando com revelador de papel.

Por ter uma sensibilidade ISO bem maior do que o papel, e uma sensibilidade espectral um pouco diferente é necessária atenção em seu uso nos laboratórios tradicionalmente usados para papel fotográfico, no geral ocorre o risco de velar o papel com o tempo de manuseio! É muito importante fazer testes, usar luz de segurança atenuada, indireta se for o caso, e de lâmpadas e fitros apropriados ou cuidadosamente escolhidos e testados..

para o filme de mamografia Fuji HM-MA de emusão simples e mais espessa adotamos ISO 50 com tempos de fixagem maior.

REVELAÇÃO DO FILME DE RAIO X

A princípio a revelação é similar à revelação de filmes negativos P&B e dos papéis fotográficos, os reveladores vendidos para filme de Raio x são similares ao revelador de papel, talvez pouca coisa mais fraco. Experimentado revelou-se com menor duração após a diluição comparado ao Revelador de papel Dektol (ou Kodak D-72 formulado).

Adotei o uso de revelador Dektol (apesar de ser importado e o custo alto) por ter comprado um bom número de pacotes vencidos com preço baixo.
E pri8ncipalmente pela durabilidade mesmo após a diluição 1:2 e até 1:3, demonstra resistir um bom tempo usado.

O filme de raio-x possui uma camada dupla extremamente fina, revela (com tempos maiores) e fixa bem mesmo com reveladores e principalmente fixadores cansados.
E como foi feito para processo em máquina com pouca lavagem, o filme seco é entregue em até 3 minutos.

Isto se deve ao arraste mínimo de produtos quimicos, tem uma camada de gelatina (ou similar sintético) muito delgada.

Assim terminamos adotando um processo sem interruptor:

água
revelador
água
fixador feito só com hipossulfito de sódio

eliminamos o uso do interruptor que revelou-se desnecessário!


aqui cabe uma nota
os papéis antigos, com base de fibra de celulose absorviam muito os produtos químicos, exigindo a interrupção da revelação (o revelador absorvido pela base continuava a agir mesmo depois do papel sair do banho, e longos períodos de lavagem final para retirar o fixador. Se o papel (principalmente o base dupla) seco fosse colocado direto no revelador esta base de celulose ficava impregnada de revelador, no interruptor a ação da revelação era inteerrompida mas a base continuava impregnada de revelador (queem sua quase totalidade é alcalino) desativado pelo ácido, e no fixador após sua ação na superfície do papel, se juntaria na base, formando umamistura asquerosa de produtos quimicos que tera que ser removida numa longa lavagem.

Nos anos 1970 surgem o mercado os papéis fotograficos RC – Resin Coated, na verdade um sanduiche de plástico sobre uma base de celulose, e mais tarde sintética. Ou seja em vez do papel o plástico na base. Como este não fica impregnado de produtos químicos seu tempo de lavagem se reduz drásticamente.
os anos 1990 do século passado surgiram os minilabs, maquinas integradas que automatizaram a revelação dos filmes e produção de cópias, este processo, aliado a novas emulsões sintéticas substituindo a gelatina tornaram as emulsões extremamente finas, de modo que elas mesmo absorviam menos produtos químicos.
E como essas máquina passaram a ser instaladas em todos os cantos, Shoppings, Supermercados, existia o problema do descarte da água de lavagem com resíduos na rede de esgotos, além da necessidade de tornar mais prático o processo, e assim no processo colorido terminou sendo minimizada e até eliminada a lavagem final, com a evolução de todo o processo.