
Para trabalhar com processos de impressão histórico/ experimentais não é necessário ficar preso a um processo inteiramente químico, facilita e proporciona um melhor controle do contraste o uso de negativos digitais.
Para isto se usa transparência de retroprojetor (em inglês OHP – OverHead Projector) que estão desaparecendo do mercado;
ainda são usadas para confecção de fotolitos para serigrafia, carimbos e circuitos impressos.
Um negativo fotográfico tradicional tem tons contínuos de cinza diferente de um fotolito para estes usos que tem alto contraste, apenas preto e branco, e os cinzas vão ser simulados através de retículas (screen – aqui denominando retícula de impressão, e na serigrafia o screen é a tela de seda, nylon).
Para isto os negativos (ou positivos a depender do processo) são diferentes contrastados ou com meios tons ou tons de cinza.
Em um arquivo digital a diferença seria preto e branco, 2 tons, ou 256 tons de cinza, embora este formato de arquivo não seja usado na impressão, pois usaria apenas a tinta preta, e para obtenção de pretos densos usamos a mistura de todas as cores disponíveis na impressora, 3, 4, 6, 12 se tiver, imprimindo um arquivo colorido RGB dessaturado com todos os canais de cor . Na verdade as impressoras modernas costumam efetuar este procedimento de forma automática.
Mas de toda forma é importante partir de um bom arquivo de imagem com o contraste e distribuição de tons ajustados. Existem na Internet alguns perfis de curvas para imprimir determinados processos, podem servir como uma sugestão, mas o bom resultado vai depender do seu processo:
- o assunto e linguagem plástica desejada
- a impressora
- a tinta da impressora
- a transparência
- a técnica de impressão
- o papel usado para imprimir a técnica
Enfim, só o teste, a análise, a correção, o novo teste, feitos de forma controlada, sistemática, vão proporcionar uma boa qualidade.
Se quiser facilitar as coisas, não escolha este caminho, vá direto para a impressão digital !
As impressoras podem ser laser ou jato de tinta.
As laser se prestam mais para alto contraste, para simular tons de cinza aplicam uma retícula própria sem uma estrutura linear, algo como um filme fotográfico granulado, que pode resultar em uma imagem gráfica de linguagem interessante em uma fotomontagem, algo semelhante às imagens serigráficas de Warhol.
Já a impressão jato de tinta proporciona numerosos tons de cinza que permitem a impressão de graduação tonal suave em paisagens e tons de pele, podendo ainda alcançar bons contrastes se a impressora usar muitas tintas e a transparência de qualidade.
Uma alternativa econômica é o uso de uma impressora A4 do tipo bulk inkjet , de reservatórios grandes, com 4 tintas. Proporcionam bons tons de cinza com uma boa transparência, e um contraste razoável.
Nas impressões jato de tinta temos duas variáveis, o número de tintas, que pode variar de 3 a 12, e o tipo de tinta, corante, pigmento, as que nos interessam. (tem ainda sublimação, comestível, e nos plotter, vinilica, UV, cerâmica, para tecidos, etc).
O número de cartuchos costuma estar associado ao tipo de tinta, nas impressoras de 3 a 6 podem ser tinta à base de corante, e as de 6 ou mais, pigmento, às vezes em associação a corante e verniz.
A tinta à base de corante é a tinta na forma líquida, a mais comum é barata, resulta num menor contraste, e tem durabilidade da impressão menor pois é pouca resistente à luz, e numa longa exposição ao sol já começa a descolorir a tinta.
Já a impressão com tintas pigmento, a cor é dada por microparticulas coloridas minerais ou sintáticas que proporciona um maior contraste e uma impressão com permanência maior, as tais das fine art print.
Estas são as mais indicadas para impressão de qualidade.
Temos ainda uma adaptação feita em impressoras para trabalhar com 4 tintas entre pretas e cinzas, denominada quadrablack .
Quanto às transparências temos específicas para laser ou jato de tinta, que são diferentes e não podem ser confundidas !
As para impressora laser não tem nenhum revestimento, o toner se deposita por eletrostática em sua superfície e ao passar pelo fusor, a alta temperatura derrete a tinta que adere na transparência. Se usamos uma transparência de jato de tinta nela o estrago é grande, pode derreter o revestimento ou a própria que pode estragar o cilindro de impressão, de alto custo.
Já a transparência para jato de tinta trabalha com tintas corante ou pigmento tendo água como solvente, que para aderir na superfície dependem de um revestimento higrófilo para absorver a tinta, ou seja elas tem um lado certo para imprimir, se erramos o lado ou usamos uma transparência sem revestimento a tinta não seca nem adere, lambuzando toda a impressora de tinta….
Para ambas ainda temos as transparências cristal ou totalmente transparentes, e as foscas, e no caso das jato de tinta, ainda temos as leitosas azuladas, as milky inkjet, as melhores.
E temos também a procedência das tintas a considerar, é óbvio que as tintas originais de fábrica tendem a proporcionar um resultado melhor; custam mais caro.
O melhor resultado se obtém com estas transparências e a impressão pigmentada.


A alternativa nacional é a transparência leitosa da ROMAF, encontrada na loja da fábrica ou no ML, nos formatos A4, A3 e em rolo.